sexta-feira, 4 de julho de 2008
O Salário do Servo
Passo hoje à análise do termo Beruf de Max Weber e ainda pela evolução historica do termo, até o inglês calling , e volto ao entendimeto da vocação como o chamado à qualificação moral na vida profissional e mundana, que é a plenitude da ascese intramundana, no chamado à vinculaçao do trabalho e aos princípios religiosos.
O Ponto principal do Cristianismo, como o conhecemos, é, e sempre será a Figura do Cristo, Jesus, Resurreto e Príncipe da Paz. E quando curiosamente o Próprio Jesus nos afirma que não veio a trazer paz, muitas vezes nos chocamos e tendemos a imaginar que a espada (Mt. 10:34) a que Ele se refere são lutas ou disputas de pessoas por causa de seu nome; quando na verdade o que Ele nos propõe é a saída da condição de ociosos da Palavra e nos chama a belíssima condição de Servos do seu Reino.
Quando a vida de um crente se torna verdadeiramente voltada para o Pai, quando este passa a dedicar a sua casa, o seu trabalho, seus estudos, sua convivência para a edificação de Seu Reino, é fato certo que as discórdias virão e serão visíveis principalmente nos nossos próprios lares (também nos grupos de relacionamento e Igrejas); muitas vezes veladas por obras do inimigo e em conseqüência da vida que o Cristão é chamado a viver. Ele passará a ter que escolher entre “os seus” e o que foi anunciado nos Evangelhos, e só assim poderá testificar em sua vida o amor imenso de Deus. Pois as bênçãos do Pai recaem para todos aqueles que observam rigorosamente os seus mandamentos.
Ao contrário dos que muitos pensam, nós não somos chamados a ser trabalhadores assalariados do Pai, todavia, somos resgatados do mal, para servir a Cristo. Somos servos e, por conseguinte não seremos remunerados ou recompensados por isso, seremos sim herdeiros dos galardões de Suas promessas, como fiéis observadores de Sua Palavra.
Em essência tudo o que vemos nos dias atuais e falo atual em termos contemporâneos mesmo, (não quero fazer anacronismos intencionados para tentar qualificar o que são costumes e culturas dos nossos tempos, dos tempos em que chamavam crentes de bodes ou dos tempos dos relatos bíblicos); são incursões mercadológicas de um tipo de igreja que abjura da fé em troca de membros e em função disso apreende tudo o que não é doutrinário e apostólico e introduz na igreja sob a égide de que “até pecar vale” se isso for dentro da igreja, já que é lugar terapêutico, isso pelo que chamam Deus de amor; e por isso, tudo vale. Isso é “picaretice e eixejegue na hermenêutica bíblica” sem falar do pecado que os que o executam serão chamados à responsabilidade.
É lamentável que tudo isso aconteça num tempo de tão grandes e profundas modificações geo-político-econonômicas no mundo, mas acredito que a fé Cristã restaura os que atendem o Beruf da qualificaçao moral na vida, a verdadeira e respeitosa fé no Cristo que nos diz em Mateus 10:32-33 “Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus.” Essa fé nos trará a lucidez para os tempos vindouros, e demarcará em seus lugares aqueles que crêem e aqueles que adaptam a palavra às suas vidas e não o oposto. Porque sempre que começamos a barganhar com Deus a nossa condição de vida, trocamos os papéis e passamos a nos colocar como deuses, que acreditam possuir algum poder sobre o Senhor.
Na verdade as recompensas do crente perpassam pela sua própria negação. É justamente quando o crente não espera ansioso algo em troca que estas vêm, quando perdemos a vida é que a ganhamos; e é justamente servindo abnegadamente ao nosso Deus que isso é percebido e recebido por Ele e todas as suas promessas são cumpridas em nossas vidas, pois a Aliança é Dele para conosco e não o inverso. Vamos dar a um desses pequeninos a água fria de beber, de nosso tempo, de nossa amizade e de nossa verdadeira vontade de ajudar sem a hipocrisia de que a sede deles é o auto-entendimento de seus pecados e de que suas feridas são normais e não precisam ser saradas. Sejamos corajosamente fiéis a este Deus que nos colocou Sua vida para nossa vida, e passemos a entender que não podemos rejeitá-lo em detrimento do que muitas vezes nos parece tão valioso, pois o Valioso é o Bem que vem do Pai.
Sem Frei Carlos Evangelista, ose.
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